HABEAS CORPUS PARA BRUNO

Site noticioso importante nos dá nota de que o jogador de futebol Bruno - que fora goleiro do Flamengo há algum tempo atrás, até ser detido, acusado de homicídio doloso - tem chances de ser liberado, através de "habeas corpus" impetrado junto ao STF.

Seu advogado, o Sr. Rui Pimenta, afirma que não há sentido em manter-se o moço em prisão, eis que trata-se de réu primário, não tem antecedentes criminais, possui endereço fixo, e para dar mais peso a sua proposição, o eminente causídico entregara igualmente ao STF o passaporte e certificados de vacinação do pretenso "paciente" (sabiam que quem pende de decisão num habeas corpus é denominado "paciente"?).

Certamente o Sr. Pimenta não conhece muito desse negócio de viagens ao exterior. Até onde sei, quem viaja ao México, para depois cruzar ilegalmente a fronteira para o território americano (malgrado os esforços das autoridades de ambos os países envolvidos) não precisa de certificado de vacinação... Até onde sei, ao cruzar a fronteira com o Paraguai (onde se encontram muitos criminosos procurados no Brasil, podem ter certeza) não se exige passaporte. Assim, as providências documentais do causídico não passam de meras figuras de retórica - digamos assim - visual (alguém diria "para inglês ver", mas eu acho isso pejorativo em relação a nossos irmãos ingleses).

Mas o ponto não é esse. Com toda a certeza já foram intentadas outras medidas liberatórias do Bruno, ao longo desses mais de dois anos de embate jurídico, a respeito do assassinato daquela moça, a Srta. Samudio.

Azar do Bruno que é figura de projeção nacional, pelo clube que defendera. Mas o Sr. Pimenta não deve estar falando sério.

O que eu vejo, como vejo, é que a Justiça simplesmente não pode estar cometendo uma arbitrariedade continuada nesses dois anos, ao manter o moço detido. Pressinto por trás dessa medida cerceadora de liberdade a prevenção de atos do Bruno que pudessem lançar ainda mais dificuldades à Lei, na difícil tarefa de penalizar o(s) culpado(s). Afinal, trata-se de alguém que pode conseguir recursos muito rapidamente, para com eles se livrar de alguma prova, por exemplo, nessa babel de documentos que o processo certamente já tem. Ou alguém chave ser literalmente "comprado". Imaginem se de repente começam a morrer testemunhas importantes, como no caso do ex-prefeito Celso Daniel? Quem vai pagar o pato? O Sr. Rui Pimenta?

Quanto a escafeder-se do território nacional... ah, me poupem. Alguém aí ainda se lembra do Dr. Roger Abdelmassih? E olha que ele não matou ninguém, até onde sei...

Aliás, uma idéia interessante me acode aqui... esses pedidos de habeas corpus poderiam ser vinculados à garantia do impetrante - no caso o advogado - de que tomaria o lugar do "paciente", caso ele faltasse - fugisse, por exemplo. Acho que iria prevenir muitas brincadeiras em juízo, tornando mais eficientes as coisas no Judiciário. Sabem que esse recurso - alguém "inocente" tomar o lugar de outrem, culpado, já existiu? Estou tentando me lembrar, me parece que o nome era "o décimo" na antiga Roma...

Repito - não tenho nada contra o Bruno. Acontece que um crime foi cometido. Se ele fosse MESMO inocente, com o poder de fogo que criaram para protegê-lo ele já estava liberado. Me poupem detalhezinhos.

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