terça-feira, 10 de julho de 2012

SINDICATOS PERVERSOS III

Ao longo dos últimos dias tenho dispendido meu vernáculo apreciando as idas e vindas dos sindicatos de modo geral.

"Quem não aprende com os erros do passado está fadado a repetí-los" (atribuído ao Gen. George Patton). Essa máxima tem uma lição tão límpida e clara que me causa espécie o quanto nós passamos distante dela. Claro, nossa gente brasileira em sua maioria nem saberá quem foi Patton, ou o que ele quis dizer, na conjuntura em que se expressou. Então, cumpro o dever de "acender a luz na escuridão" e, humildemente tentar ampliar o foco em torno dos significados implícitos.

O movimento sindicalista TEVE seu momento histórico. Logo após a revolução industrial a sanha da burguesia recém alçada ao poder se transformara numa outra modalidade de poder feudal, agora restrito aos galpões das fábricas ou as fazendas, e os empregados eram sobremodo sacrificados. Os filmes "Daens", "Matewan" e "Bread and Roses" talvez ilustrem - ainda que não claramente, até porque a coisa neles é meio romanceada - as condições do relacionamento patrão-empregado na segunda metade do século XIX e na primeira do século XX.

Entretanto, "domados" até certo ponto os patrões, em nível (de passagem - a expressão "a nível" É ERRADA, nessa acepção) relacional, os gestores do movimento sindical perceberam a força tremenda que tinham sob seu comando, e que passaram a usar a seu serviço. Ainda registrado no cinema encontraremos exemplos bem próximos da realidade em "On the Waterfront"(com Richard Burton) e "Hoffa"(Jack Nicholson). Se meus leitores tiverem o cuidado de conferir essas obras excelentes, terão idéia das derivações de poder e foco de ação que passariam a nortear a imensa maioria dos sindicatos. Penso que UMA exceção moderna escapa ao lugar comum do poder oligárquico - o icônico sindicato "Solidariedade", cujos primórdios estão retratados no filme "Man of Iron" (de Andrezj Wajda - não o do super-herói), que mudou a história de uma nação ordeira, educada e sofrida, PARA MELHOR.

Engolir o que os sindicatos modernos tentam nos impingir é um erro que provar-se-á fatal, a longo prazo. A degeneração social, fundada na liberalização total, transformará esses organismos - parciais, facciosos, eu diria muitas vezes ilegais - em monstros que hão de massacrar impiedosamente suas bases, que cometem o erro da submissão sem discutir. O tempo vai dizer se Patton estava certo ou não.

Brasil, de sindicatos imorais, de partidos idem, de um povo amordaçado... te amo, mesmo assim.

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