O SOCIALMENTE CORRETO E A IGNORANCIA NACIONAL

Notícia de hoje traz a lume uma certa prova, aplicada a crianças da quarta série do ensino fundamental, onde uma das questões trazia uma palavra chula (uma gíria relativa ao órgão sexual masculino), inserta.

Aparentemente, algumas crianças apontaram o excesso, na ocasião mesmo da prova. Mas... segue o cortejo... E lá adiante, uma mãe viu a dita cuja avaliação, e levantou a lebre. Afinal de contas, vale o ensino de chulices na escola primária (ou fundamental, rotulem como quiserem).?

Definitivamente aconteceu um excesso. Pode-se dizer o que for a respeito, desculpas podem ser distribuídas, mas quem digitou a matriz da prova, quem conferiu, depois, e a PRÓPRIA professora deveriam ter obstado a aplicação do teste. Agora, o MEC tem a palavra (como se eles se preocupassem mesmo com isso).

Sabem por que? Simples.

Não enviamos nossas crianças à escola primária para aprenderem ou exercitarem palavras de baixo calão. Supõe-se que particularmente em Português, eles serão ensinados em cima do vernáculo. Essa estupidez de "deu pra entender, está valendo!" não pode prosperar, sob risco de nossa língua, tão rica, acelerar sua degeneração, que já segue ligeira, mormente agora, nas comunicações via internet.

A contrário senso, algum tempo atrás acendeu-se uma polêmica a respeito de uma das obras do escritor Monteiro Lobato. Lá pelos idos de 1933 o genial autor de literatura para adolescentes teria se referido a uma das personagens, dona Anastácia, chamando-a de negra.

A surpresa é que a personagem É NEGRA. Onde está o erro?

Pessoas, alguém se supor ofendido porque foi nomeado por sua cor ou credo ou preferência por time de futebol é de um absurdo inominável.

Afinal de contas, as pessoas não precisam chamar alguém de "negro" ou de "homossexual", mas praticar preconceito de outras maneiras, menos alcançáveis pela lei. Inclusive, por exemplo, fazer circular piadinhas maldosas, suspeitas sem fundamento... PENSEM!

(uma coisa engraçada que pude conferir pessoalmente - nos E.U.A. em alguns contextos da comunidade negra eles se chamam entre si "nigga" - gíria que, dentre outros significados, tem o de "negro". MAS... se um branco usa a palavra ao se dirigir a um negro - especialmente se não o conhece - pode ser hostilizado. Vai entender esse mundo!)

Os grupos de defesa dos direitos dos negros vão querer me repreender, mas eles estão errados, quanto a isso. Se eu for chamado de "branco", ou "branquelo", porque eu me aborreceria? Afinal de contas eu O SOU (nada obstante ter um verdadeiro coquetel de diferentes origens circulando nas veias).

Tenho amigos a quem trato de "negro", "negra", etc e tal, e me parece que eles não se sentem humilhados. Até porque a cor da pele deles é mera identificação visual, eu aprecio mesmo é a amizade deles, o espírito, e o que eles me acrescentam.

Podem escrever... a sociedade ajusta os parafusos, não precisamos de "policiamento" social. É algo que demanda tempo, como demandou, por exemplo, tempo para os escravos serem libertos (a coisa aconteceu MESMO na década de 60, do século passado), e como também demorou para a rapaziada do "arco-íris" se postar como grupo social.

Mais urgente e estratégico que essas "caças às bruxas¨ insana seria a língua portuguesa ser ensinada, o hábito de leitura ser estimulado (inclusive com as obras de Monteiro Lobato, para alunos de quarta série!!!!...). O que passa disso é ignorância. Nada mais, nada menos.

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