NOSSA POLÍCIA - UM NOVO OLHAR... NOVOS LACAIOS

Os professores brasileiros estão em extinção.

Enquanto ao redor do mundo se busca o conhecimento, no Brasil a palavra de ordem é "estupidificar" o povo, numa releitura horrorosa dos absurdos do Concílio de Tolouse (1229) que, dentre outras "pérolas", proibia a leitura das Escrituras ao povo (não por acaso temos tanta ignorância nos círculos religiosos!).

Como o mesmo Concílio estabeleceu a Inquisição, me parece muito natural que os professores e outros profissionais da base cultural sejam mesmo subjugados, perseguidos, tratados à míngua de condições. Será que estamos tendo uma nova Inquisição?

(acabei de pensar... imaginem que coisa grotesca - livros sendo queimados, porque foram considerados descartáveis...)

Alguém há de ponderar que os meios de comunicação (leia-se internet) trouxeram novas técnicas de aprendizado, etc e tal.

ESTUPIDEZ.

É estúpido considerar-se as novas tecnologias por si sós, como "salvadoras da pátria". Talvez tenhamos num futuro próximo condição de replicar artificialmente a transferência de experiência, conhecimento, e diretrizes para a cultura, assim como nossos professores poderiam fazer. TALVEZ.

Mas por enquanto isso não acontece. E em razão disso, temos uma sociedade pós-moderna (me digam quem foi o ignorante que cunhou esse rótulo), com as novas gerações ignorantes, "grossas" mesmo, alienadas, adeptas de amor, poder e fama baratos e intercambiáveis. Pessoas venais, de modo quase geral, sem respeito sequer pelos seus filhos.

O Brasil, senhoras e senhores, não foi assim desde sempre. Lentes capazes conduziram cabeças brilhantes, no mister de se desenvolverem e serem "gente". Já tivemos grandes pensadores por aqui, que corariam de vergonha ao saber de como nossos professores são tratados.

Essas gerações, que já estão começando a acumular a poeira do tempo, produziram grande parte do Brasil tal como o vemos hoje, assim como outras nações do mundo. Defeitos eles os tinham aos montes, mas ainda que errando, pretendiam sempre o melhor para a posteridade.

Hoje em dia, palavras como honra, ética, moral, respeito, cortesia caem em desuso.

Essa digressão tem, nada obstante, a finalidade de contemplar o que tem acontecido recentemente, especialmente com os professores do meu querido estado do Rio de Janeiro.

Homens e mulheres que querem uma "pequena" melhora em suas condições de trabalho, muitos deles se sujeitando a dar aula pela vocação (o salário não compensa já faz algum tempo, especialmente na rede pública).

Nossos homens públicos - o que fazem? Enviam a Polícia Militar e seu aparato de coerção sobre os manifestantes.

Integrantes do Executivo e do Legislativo no Rio de Janeiro, tenho vergonha de vocês. A conduta dos prezados senhores (e senhoras), ao responder com violência (até com flagrantes forjados!) a reivindicações legítimas é simplesmente abominável.

Integrantes da Polícia Militar, lembrem-se: foi graças a alguns desses sofredores que têm apanhado de cassetete, respirado gás lacrimogêneo, sofrido com sprays de pimenta e balas de borracha que vocês conseguiram passar nas provas que fizeram para ingresso nos quadros da caserna.

Não tentem se comparar aos militares do regime de exceção - sem desculpar os excessos de muitos daqueles tempos, eu vejo que eles, perto de vocês, estavam no "jardim de infância" da truculência e maldade. 

Uma outra diferença é que eles supunham combater um mal (o comunismo) ao instalarem o regime de exceção.

Vocês estão agredindo porque receberam ordens, não exatamente por uma causa...

Ponderem que os "senhores" podem também sacrificá-los, no momento em que considerarem necessária a medida. Afinal, vocês são meros instrumentos na mão deles.  

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