NOS BASTIDORES DA QUESTÃO IGREJAS x GAYS

Pessoas, eu tinha prometido a mim mesmo não voltar a esse tema, mas...

Notícias dessa semana dão conta de algo relacionado à Comissão de Direitos Humanos x as "minorias" GLBT x as igrejas.

Salvo engano, me parece que os que vociferam contra a dita cuja Comissão (penso que ela nem deveria existir, é uma excrescência num Estado de Direito como o Brasil deveria ser) a respeito da querela exibem certa demagogia, porque:

- tudo o que pertine à proteção dos direitos individuais JÁ ESTÁ definido em lei, e não atende somente a minorias - é sobre todos os brasileiros; e

- as igrejas não "vetam" gays - como li em alguns artigos por aí -, tão somente esgrimem suas doutrinas.

Lembrem-se, antes de irmos adiante, de que o Brasil é um Estado laico (é?). Assim, "latu sensu" não deveria se imiscuir em assuntos relacionados aos códigos religiosos, qualquer que fosse a tendência, a não ser quando eventualmente atentasse contra a vida e a integridade das pessoas. Aspectos morais, éticos ou doutrinários não deveriam ser objeto da atenção do Estado, no contexto.

Vejam (exemplo hipotético)... uma doutrina conservadora, que não admita por exemplo que o homem use barba grande, terá entre seus fiéis algumas centenas de homens que apreciariam ter barba grande. Mas então alguém decide deixar a barba crescer para além dos limites estabelecidos. O que fazer? Muda-se a doutrina, para novos contornos, ou o "candidato" deverá buscar comunidade onde seja acolhido?

Eu lhes digo, senhoras e senhores que a segunda opção será a ÚNICA ALTERNATIVA.

Não estamos falando de direitos civis. Estamos falando de códigos religiosos. E a liberdade religiosa existe, não é mesmo? Está amparada na Constituição.

Ora, se eu me filiei à tal comunidade cuja doutrina proíbe a barba grande, dentre outras razões exatamente por isso - não quero barbados perto de mim, PORQUE ADMITIRIA mudança na doutrina que eu abraçei, somente para agradar a um dos fiéis (que de certa maneira se mostra rebelde...)?

Querem outro exemplo? Suponhamos que em alguma religião seja ritual o consumo de alimentos que contenham carne ou sangue de animais (pesquisem, vocês encontram exemplo). Então, alguém resolve ser vegetariano. MAS... a entidade exige o consumo ritual! Como fica? Mudam-se os códigos religiosos, ou o "novel" vegetariano muda de fé?

Nunca soube de alguma igreja das chamadas "cristãs", nem de outras manifestações de fé/religião, que não permitisse em seus templos ou casas de culto alguém de credo ou princípios diversos. O amor (tão propalado e tão pobremente praticado, infelicidade humana!) deve motivar o acolhimento de quem chega. Assim, que não se confunda a frequência descompromissada com a filiação formal à comunidade.

Mas... esse alguém que chega, se pretender permanecer naquela comunidade, ou ter alguma importância hierárquica na estrutura, precisa se dobrar à doutrina! Ou a coisa vira bagunça.

Repito, não tenho preconceito algum, e defendo meu ponto de vista em qualquer foro. Mas acho de uma violência inadmissível obrigar essa ou aquela comunidade a me "engolir" porque eu não abro mão de meus hábitos/escolhas. Ora, para isso (acomodação conforme o figurino) há uma variedade de comunidades religiosas imensa.

Me poupem...

P.S. - vocês já ouviram falar de algum grupo GLBT intimando alguma mesquita muçulmana, assim como fazem com as igrejas? Duvido que se metam! Lá não tem conversa - embora exista por baixo do pano, o homossexualismo é banido.

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