MEGHAN E HARRY - HISTÓRIA DE UM CASAL EM BUSCA DE PAZ



Crédito da imagem: Chris Jackson / Getty Images

Bombam por aí, num paroxismo alienado, notícias e comentários a respeito do distanciamento do príncipe Harry e os seus, da família real britânica.

Não faltam, claro, lucubrações estúpidas a respeito de limitações da duquesa de Sussex (Meghan Markle, para os desavisados, recebera esse título ao se unir, pelos laços do matrimônio, com o príncipe Harry). Culpa e defeitos são amontoados sobre sua cabeça, e me parece haver um rancor social contra a mulher que - a juízo da maioria - rompera com a monarquia britânica.

Não é bem assim.

Confiram, desde o início desse relacionamento, ainda antes do casamento, a marcação (usando um termo futebolístico) DESLEAL que fizeram sobre a moça - sua etnia "plebéia", sua formação numa carreira desprezível para quem é da realeza, seus hábitos alimentares, suas vestimentas, suas aparições em público, seus pronunciamentos - muitas vezes criticados com incompreensível maldade.

A meu ver, a jovem senhora suportou até demais a pressão, o rancor, a maldade gratuita.

Algo que me surpreende sobremodo é que essas manifestações de desapreço e recriminações vêm da sociedade britânica, aparentemente como um todo. Será que eles ainda não entraram no século XXI, onde diferenças sociais deveriam ser diluídas, em prol da igualdade?

No tocante a relacionamentos, não é fora de propósito o que fizeram à Duquesa da Cornualha, atual esposa do príncipe Charles, pai dos dois irmãos agora em foco. Tentaram desmerece-la de muitas maneiras, e ela resistiu. Imagino o que ainda (possivelmente) sofra.

Imagino a angústia do príncipe Harry, nessa tomada de decisão! Ou os senhores acham que ele não sente ou não sentirá o distanciamento das benesses da corte?

Em paralelo, vejo com desprezo a maneira como a Coroa Britânica tem tratado do tema. Penso que um pronunciamento firme e definido a respeito, há uns seis meses atrás, jogaria uma cascata de água fria sobre essas maldades fervilhantes.

A Inglaterra tem sofrido revezes extraordinários, e identifico algumas origens.

O caráter boquirroto de seus órgãos de imprensa (parece, na verdade, que é um mal global - essa rapaziada recém-saída das fraldas anda numa obsessão psicótica por "gossip"), tem prestado contínuos desserviços à sociedade britânica, como um todo. O que se pode extrair de sério, de consistente, de produtivo, da maioria das publicações? Muito pouco, lhes asseguro, ainda que observando à distância.

Os políticos, com suas trapalhadas - em questões tão sérias e impactantes como por exemplo legislação adequada para enfrentar a invasão (literalmente) de estrangeiros, acontecendo em montante incremental, na velha Albion... o Brexit, a meu ver, infelizmente trará mais prejuízos do que vantagens, no médio prazo, e não resolve muita coisa...

A monarquia, que em seu pódio representativo, silencia... como é que representantes máximos de um país ficam em silencio diante de tantas coisas estranhas acontecendo no Reino Unido? Preservação de imagem ou identidade é uma coisa, mas descaso com seus cidadãos é outra.

Nenhum de nós pode imaginar a dor familiar que vai representar esses dois irmãos estarem distanciados. Fico imaginando o quando de família, afinal de contas, ainda é a família real britânica. PERDEM MUITO BRILHO, com esses últimos desdobramentos de uma crise que não existiria, se a Rainha desse (literalmente) um tapa na mesa, e fizesse parar essa maldade toda, em cima do casal "retirante".

Que me objetem aqueles que acham que falei demais. Nesse mundo globalizado (nem sei se é coisa boa ou ruim, isso...) muito pouca coisa é oculta, ou passa despercebida.

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