FALA O MAGISTRADO... DEIXEM-NO FALAR!

Da internet, créditos ao autor

O desembargador Benedicto Abicair, do Tribunal de Justiça do estado do Rio de Janeiro, determinou a suspensão do especial "de Natal" produzido pelo Grupo Porta dos Fundos, em atendimento a recurso de uma instituição ligada à Igreja Católica.

Argumentara o digno jurista que o vilipêndio à honra e à dignidade de milhões de católicos (eu acrescentaria - toda a cristandade, no Brasil), fora grave, e que, ademais, a motivação para exibição do trabalho já se exaurira, porque o Natal já passara, já fora devidamente comemorado.

Acredito que, salvo argumentação convincente, o homem agiu adequadamente. Era necessário que a Justiça desse satisfação à sociedade, por mínima que fosse, a respeito de algo que causou tanto mal-estar, no seio da sociedade brasileira (fico imaginando o "filme" passando num rincão qualquer do Brasil, onde a fé é praticamente TUDO o que resta aos moradores do lugar - penso que teríamos cenas de selvageria acontecendo, não importa o que se pense sobre a retaliação - foi desrespeito, e pronto!*).

Então, numa tentativa velada (clara, para mim) de desconstruir a seriedade do julgador, a BBC publica, no final da noite de ontem (08.01) artigo em que "pinça" verborragias  do magistrado, a meu ver, numa clara tentativa de deslustrar seus juízos de valor e, em última análise, a maturidade do decisório recente, sobre o tal filme. Não foi somente a BBC, a buscar "gags" do magistrado. Outros órgãos de comunicação estão também fazendo esse exercício de "cidadania" (só que não).

O pinçamento das frases, para quem tenha o equilíbrio de pensar a respeito (os brasileiros, em geral, são meio resistentes a pensar, preferem coisas prontas para adicionar a suas cabecinhas limitadas), indicará que, dentro dos contextos em que se manifestara o homem, havia fundamento. Mas extrair frases soltas do discurso das pessoas, pra mim, é quase um estelionato moral.

Quando ele se refere a "donos selvagens de cães domésticos", pode até ter exagerado em sua peroração, mas se referia a uma situação pontual. Grandes chances há de que o mesmo tenha seus animais de estimação, e nem por isso seria rotulável de "selvagem".

Na situação em que o homem fala sobre a tradição de se usar gravata e paletó, ele está enfatizando a postura de um jurista/advogado, nada mais. Se comentar sobre o que apreciaríamos em termos de indumentária for reprovável, então não sei mais o que se poderia dizer, sobre as "roupinhas" que nossa sociedade moderna desfila.

Entendam, não sou puritano, nem me considero retrógrado. Mas penso que é necessário se respeitar a opinião do homem. Os discordantes, que o ignorem! Mas chega a ser desleal se levantar pontos isolados do discurso do homem, com objetivos não muito conexos com a temática principal.

Quanto à questão da vestimenta de causídicos, um pouquinho de pimenta... não vejo seriedade em quem vai, por exemplo, à missa de bermuda e chinelo. Quem quiser que o faça, mas me soa mais como uma secreta rebeldia, do tipo "na casa de Deus posso ir de qualquer maneira". As coisas não são assim, lhes asseguro. Assim como as pessoas não vão à praia de terno! Entenderam o contraponto?

Deixem o homem em paz... Afinal de contas... "cada um no seu quadrado"... Tem gente que gosta de funk (e seus "artistas")... fazer o que?

*fico pensando se esses "gênios" do humor já cogitaram em fazer alguma produção a respeito de Maomé, ou do islamismo... Será que haveria algum aborrecimento por aí? Ah, me poupem... essa rapaziada trabalha com a premissa (válida) de que os cristãos PERDOAM. Mas o perdão não suprime a necessidade de correção. A revista francesa "Charlie Hebdo" manda lembranças, galera do "Porta dos fundos"...

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