SERVIDÃO HUMANA - ATÉ QUANDO?

O excelente blog do Eduardo Sakamoto (blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br) nos traz a notícia de que denúncia de uma menina de dezesseis (!!!!) anos conduziu ao "estouro" de um prostíbulo, na área do canteiro de obras da usina de Belo Monte. Nada contra a libido dos rapazes, nada contra o mister dos prostitutos...

Acontece que elas (mais um travesti, ao que consta) eram escravas sexuais. Ao chegar na arapuca lhes foram impingidas pesadas dívidas, das quais com toda a certeza sairiam mortas, num caixão. Mantidas sob cadeado, ameaças claras, algumas indicando o manto da impunidade - "sou amigo da Justiça"...

Como é que é? Uma coisinha importante  a acrescentar à pena equilibrada do Dr. Sakamoto - TODOS os que se aproveitaram dos serviços sexuais daquelas infelizes são culpados, porque com toda a certeza conheciam as condições de presença daquelas pessoas.

Como se imaginar que gerentes, talvez engenheiros, além dos demais operários, literalmente "desossassem" aquelas vidas escravas?

Relembro, senhoras e senhores, que um dia, no passado, o general Charles DeGaulle dissera que "o Brasil não é um país sério."

Não é sério mesmo, desde aqueles tempos pós guerra, até hoje. Como se supor que os administradores daquela obra, sobre a qual há tantos holofotes, seja pelo derrame desenfreado de recursos oficiais, seja pela desonestidade das empreiteiras envolvidas, seja pela agressão ao meio-ambiente... COMO SE SUPOR, senhoras e senhoras, que os responsáveis por aquele empreendimento, de tanta importância, permitissem que exemplares de baixeza absoluta, verdadeiros animais com certidão e R.G., mantivessem aquelas pessoas escravas, lhes extorquindo o produto de trabalho tão humilhante?

Com a palavra a Justiça, na pessoa do delegado Rodrigo Spessato. Que já levantou a dúvida "se" o prostíbulo estava nos limites da obra ou não.

Ora, ora, ora, delegado, pelo amor de Deus!!!!! Se não houvesse Belo Monte lá, NEM SEQUER ALDEAMENTOS DE HOMEM BRANCO EXISTIRIAM! Lugares por onde até então só andavam indígenas (outra gente sofrida, meu Deus!) e V. Sa. vai supor que o prostíbulo brotou DO CHÃO?

Que vá a fundo atrás das provas, que me parecem abundantes e fáceis de colher - é só as "ex-escravas" identificarem seus clientes, e eles devem então proporcionar testemunhos amplos. Que se vá a fundo nesse negócio de "amigo na Justiça". E, ao invés de procurar os tais "amigos", que V. Sa. vá atrás das pessoas DE QUEM ELES SÃO AMIGOS - não deve ser difícil descobrir.

Que se providencie segurança para as famílias eventualmente ameaçadas, na região Sul. o Estado DEVE ISSO a eles, a obra É DO ESTADO. "Quem pariu Mateus que o embale", diz o velho ditado. Se não houvesse a obra de Belo Monte, não haveria prostíbulo (pelo menos dessa estirpe), não existiriam as escravas, não existiriam os "amigos na Justiça".

V.Sa. precisa fazer isso, sob risco de a atuação da Justiça, nesse episódio, ser tachada de "PALHAÇADA".

Obrigado ao Sakamoto pelo seu descortínio e seriedade ao abordar essas matérias, com o brilhantismo de sempre.

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