terça-feira, 12 de setembro de 2023

ESTUPIDEZ DE GENTE "CULTA"

(charge baixada do blog agoradiscursiva.blogspot.com)

Pessoas, precisamos ser pragmáticos - DESPIORA é muito ruim, tanto na grafia quanto no significado, e além do mais, NÃO EXISTE no vernáculo brasileiro!!!

Sob meu ponto de vista, o mundo inteiro está sendo vítima dessa crise de "deseducação", em nome de liberdades sociais, de igualdade, etc e tal.

Mas no Brasil me parece que temos o suprassumo de estupidez sendo cultivado, e numa intensidade tal, que até as cabeças pensantes começam a duvidar de que nasceram nesse mundo mesmo...

Vejamos...

As pessoas alegremente substituíram as palavras/expressões apropriadas do vernáculo - "alô", "pois não*", "como assim?", pelo vago, incipiente, não informativo "oi".

Anglicismos têm sido utilizados à vontade. Já nos acostumamos a cardápios com a palavra "combo" (sabem o que significa?), a palavra "off" para indicar desconto... claro, os "iluminados" ignoram que a maior parte de nossa população não fala inglês.

A palavra "menu é de origem francesa, equivalente a nossa "cardápio". Seria possível facilitar para as pessoas mais simples, não é mesmo?

E vemos gente de projeção no mundo político procurando encaixar em sua verborragia as novidades linguísticas lá de fora.

Em paralelo, nossa língua portuguesa, de riqueza ímpar, vai sendo vilipendiada, distorcida, rebaixada... querem exemplos?

O que significaria "gordofóbico"? Eu por exemplo não tenho medo (fobia) de gordos! Tampouco tenho medo de quem acha bonito ficar trocando de identidade de sexo (transfobia).

Objetos viram "bagulhos"... alguém é rotulado de "escroto" (será que todos sabem o que é "escroto"?)

Você pode vir "com nós" - amigos, qual seria a dificuldade em usar o pronome "conosco"?

Mas a loucura total, absoluto abandono de nosso vernáculo, são os desastres verbais. Flexões primorosas, que permitem colocar fatos e pessoas no momento certo do tempo, como "pretérito imperfeito" e "pretérito-mais-que-perfeito" são desconhecidas da maioria dos integrantes da massa... 

Ok, entendo que tudo muda, e a sociedade está mudando. OK. Meu desconforto é que, com essas "mudanças" provocadas ou naturais, a sociedade humana está se estupidificando. Se a coisa parasse no nível pessoal eu até suportaria o prejuízo. A preocupação maior é com as NOVAS GERAÇÕES, sujeitas voluntariamente ou não a aprendizado de ignorância, de desdém pela pessoa humana, de indiferença pelo mundo que nos rodeia (humanidade+meio ambiente). 

Num tempo em que se propala aos quatro ventos sobre a importância de preservação do meio ambiente, o mais comum de se ver são garrafas de vidro ou plásticas sendo descartadas nos espaços públicos, embalagens de qualquer coisa de consumo rápido sendo lançadas nos gramados e sarjetas (nossa experiência no Brasil, mas acredito que isso esteja acontecendo em nível global). 

Propaga-se com veemência sobre respeito às pessoas, mas o mais comum por aí são veículos com sonorização graduada no MÁXIMO, perturbando a paz por onde passam! Em nome de informalidade, jovens animados ocupam calçadas consumindo o tal "narguilé" tão charmoso quanto (ou mais até) perigoso para a saúde! 

Marmanjos se dedicam a artes marciais para ficar intimidando por aí (claro, há exceções!) quem quer somente paz. Aliás, muitos dentre os das novas gerações se mostram grosseiros (quantos "bom dia" você recebeu HOJE?), invasivos da privacidade alheia (celulares em punho, filmando ou fotografando qualquer bobagem), insensíveis a sofrimento (já viram que em acidentes de trânsito há alguns tentando socorrer, e E MUITOS FILMANDO?).

De passagem... observaram que em alguns (muitos) teclados por aí não existe mais "ponto de interrogação"? Discretamente, alguém está nos retirando a liberdade de questionar... PENSEM NISSO...

Constatação - a sociedade humana está perdendo seu componente fundamental - HUMANIDADE... 



quinta-feira, 3 de agosto de 2023

IDIOTICES DO TEMPO PRESENTE (OU... COMO A SOCIEDADE ESTÁ SE ESTUPIDIFICANDO)

(charge extraída do excelente blog gooeland.blogspot.com, do Jaime Guimarães - recomendo a visita)

Bom dia, prezados.

Algumas "pérolas" colhidas aqui e ali, em nossa mídia internética, televisiva ou impressa...

"Fulana treina fut-vôlei e toma água de coco em praia..." Pessoas, que importância tem isso para nosso cotidiano? O que me interessa se a fulana vai à praia, ou joga vôlei, ou toma água de coco? Isso serve PRA QUE?

"Homem morto a tiros em... é enterrado." Ora, ora, ora, não é isso mesmo que costumam fazer aos mortos? Ainda bem que não o deixaram sobre a terra, como é costume em alguns locais "cabulosos" do Brasil...

"Beltrano sofreu com envelhecimento precoce na Europa..." Gente, fiquei emocionado ao saber disso!!! Lá então acontecem envelhecimentos precoces?

"Vontade de ser corno..." Não é motivadora, a frase? Cá entre nós, me parece que está virando moda, especialmente entre famosos, E ELES AINDA COMENTAM com riqueza de detalhes...

"Fulana posa de 'bumbum' (equivalente a bunda...) à mostra, e arranca suspiros de seus fãs..." Detalhe - a bunda da pessoa nem era bonita assim... melhorou a custa de algumas "siliconadas". E o que temos a ver com isso, se alguns idiotas frustrados se empolgam com o "derrière" de alguma moça mais devassa?

Falando em devassidão... "Fiquei com SEIS (parceiros) ao mesmo tempo..." O que me interessa se a "campeã" se gaba de ser DEVASSA? Isso é qualidade? Um dia, no futuro, ela terá chance de se arrepender dessa intensidade orgíaca!

POR FAVOR, observem que as frases após os períodos entre aspas são MEU SARCASMO.

Amigos leitores desse meu humilde blog, o que pretendi com algumas frases colhidas aqui e ali é que hoje em dia esses noticieiros só nos oferecem idiotices - e o que é realmente preocupante é que MUITA GENTE VIVE DISSO, abastecendo e consumindo fofocas, rumores, perversidades alheias, traições de gente famosa...

Já notaram que muitas pessoas a nosso redor perdem tempo preciosíssimo, só conferindo bobagens?

Nossa sociedade, volto a repisar, está doente. E não me refiro somente à população brasileira, mas ao mundo todo. Também tenho o costume de 'espiar' o que consomem nossos irmãos americanos, franceses e ingleses... SÓ BULLSHIT*!!!!! 

Não me chamem de retrógrado ou alienado. Minha preocupação maior nem é com minha própria pele. É com as gerações que estão "chegando" nesse mundo estranho, pervertido, imoral. Eu já tenho o "couro" tratado de um bom tempo já, para não absorver nada de ruim desse entorno distorcido, perverso, que teimosamente insiste em destruir a sociedade humana, que conseguiu sobreviver SEM ISSO por algo mais que 6.000 anos.

Conselho - se você está "sentindo a contaminação" chegando em você, NÃO PROCURE POR ESSAS PORCARIAS. Vá atrás de CULTURA, de INFORMAÇÃO SÉRIA! Acrescente ao intelecto algo que possa valer para passar para a família, os amigos, filhos e netos (se os tiver). MAS FUJA DA EMPULHAÇÃO!

Se você não está "sentindo a contaminação"... minhas condolências. Teu intelecto morreu, e você não sabe. AINDA.

*bobagem, no idioma do "Tio Sam".

quinta-feira, 22 de junho de 2023

JUSTIÇA RIDÍCULA - QUEM VAI DIZER QUE NÃO?


(extraído de tribunadainternet.com


 "...Por fim, com todas as vênias, não nos parece ter ficado nítida a natureza cautelar da decisão (remoção do moço, apenado, de presídio estadual, para instituição penal federal - ponderação minha), sendo necessária que isso também seja aclarado", argumentou. 

Marcos Antonio tem 32 anotações criminais por tráfico de drogas, associação para tráfico de drogas, homicídio qualificado, roubo majorado, oferecimento de vantagem indevida, associação criminosa, pratica de infração penal em companhia de menor de 18 anos, quebra de sigilo telefônico, de informática ou telemática, porte, uso e venda de armas de fogo e munições."

Transferência Suspensa

O governo do estado do Rio de Janeiro pediu remoção do rapaz, juntamente com outros a transferir, fundamentando o pedido na instabilidade que aquelas pessoas provocavam, na sociedade fluminense, MESMO ESTANDO presos. 

Nada mais natural, digamos assim... a proximidade dos "chefões" confere a seus subordinados conforto para discutir estratégias, trocar comunicação, etc e tal.

Mas Sua Excelência, Dr. José Muiños Piñero Filho, não vê finalidade na remoção.

"Cosi é, se vi pare", como dissera Pirandello.

Ponderemos... O que impedirá os outros 25 arrolados para transferência de pedirem igualmente suspensão de suas "viagens"? NADA.

Por essas e outras é que nossa Justiça está tão mal em termos de respeitabilidade. Os instrumentos de proteção da sociedade não são funcionais, e não é propriamente por ineficácia das leis, mas pelo "foro íntimo" de autoridades que deveriam atuar em benefício de nossa gente, e não o fazem. Mas claro, a maioria imensa dessas autoridades e suas famílias anda rodeada de seguranças, moram em condomínios de segurança ostensiva... 

Quero dizer... ELES NÃO SOFREM OS EFEITOS DE SUAS DECISÕES. O restante? Ora, ora, ora... o restante continua sendo restante, mesmo que esse resto sejam mais de 200 milhões de cidadãos. 

Meu Brasil, eu te amo. Mas odeio os que fingem ser autoridade, somente para amealhar salários gordos, e em paralelo desmerecem quem confia neles.

Porque, contra todas as expectativas... Nós ainda tentamos confiar nas instituições do Brasil - MAS ESTÁ DIFÍCIL.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

SOBRE EMINÊNCIAS PARDAS, E OUTRAS "PARDICES" - A PORTA DOS FUNDOS PARA O PODER ABSOLUTO

imagem copiada do site reformapolitica.com

Transcrevo aqui, com esperança de dias (e crônicas) mais alvissareiros, o excelente trabalho do deputado federal, pelo pujante estado de São Paulo, Dr. Luiz Philippe Orleans e Bragança

"Quem é o poder por detrás do poder? É a eminência parda. Quando esse termo surgiu no século XVII, na França, quem desempenhava esse papel era Leclerc, assessor do Cardeal Richelieu, que comandava sem aparecer. No atual governo do Brasil é o STF quem exerce essa função. O STF é a única organização capaz de dar suporte a um governo natimorto, impopular, sem base parlamentar e sem sustentação em diversos segmentos da sociedade. A imprensa sabe, os intelectuais sabem, os políticos sabem, os ativistas sabem, os empresários sabem, mas o silêncio sobre o assunto incomoda a todos.

O STF deveria ser a Corte revisora de temas constitucionais, que são a base de todo o sistema judiciário. Deveria ser o exemplo de isenção e zelo pelas leis e pela Constituição. Deveria, mas em vez disso, o órgão concentrou poder e diversas competências. Tornou-se não somente o maior violador de leis e da Constituição, como também o gargalo de todo o sistema judiciário. Nesse processo de concentração de poder ao longo de 30 anos, o STF se tornou o poder por trás de todos os poderes, interferindo em todos os temas e em todas as esferas da federação.

Todos juízes concursados de carreira sabem disso e muitos se incomodam com essa involução. O resultado é obvio: o fim do frágil e mal desenhado Estado de Direito, criado na Constituição de 1988. Acaso algum destes magistrados incomodados se manifestou ou sugeriu alguma proposta? Claro que não. São passivos e deixam que os “juízes” nomeados, não concursados e sem experiência na magistratura, notadamente juízes das supremas cortes (STF e STJ), arvorem-se cada vez mais no poder. Cabe, portanto, aos legisladores propor mudanças.

No cerne desse problema está o processo de nomeação para as altas cortes. Ao longo dos últimos 30 anos da sexta república, quem o presidente da república escolheu como juiz atingiu não somente o STF, como todo o judiciário. Olhando o passado, na verdade poucos juízes foram nomeados, e muitos advogados sem experiência na magistratura têm recebido o benefício de comandar o judiciário. E este é apenas um detalhe. Acuado e sabedor de que essa situação de total descrédito não pode perdurar, ainda assim resiste às reformas necessárias para modernizar e garantir a estabilidade do sistema político, que tem sido abalado com sua atuação sem freios e contrapesos.

A PEC do Judiciário é uma realidade e mesmo a imprensa manipulada pela esquerda e parlamentares da situação admitem que reformar o Poder Judiciário é dar um passo importante para garantir o Estado de direito. Mas em que consiste essa PEC que estamos propondo desde o ano passado, e que já alcançou a marca de mais de setenta assinaturas na Câmara dos Deputados?

Eis as propostas para organização da Justiça:

- O STF se torna corte constitucional, composta por ministros com mandato de 10 anos, com idade entre 50 e 65 anos; e que comprovem pelo menos 20 anos de atividade judicante; sendo indicado de diferentes formas e vedada a recondução;

- O STJ e os tribunais absorvem as demais competências do STF;

- São redistribuídas as competências dos tribunais superiores e do STF para outras áreas do judiciário e vedadas férias coletivas nos tribunais superiores;

- As competências da Justiça Eleitoral e do Trabalho também são incorporadas e redistribuídas para a Justiça comum. Apenas a Justiça Militar será mantida em caráter especial, pois trata de temas relativos ao Estado: crimes contra a soberania nacional, violação da integridade territorial, terrorismo, espionagem, crimes de lesa-pátria, de guerra e operações militares;

- Estabelece limites para Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que passa a desempenhar apenas a função de conselho administrativo;

- Extingue o foro privilegiado, apenas o Presidente da Republica é julgado pelo STF, as demais autoridades passam pela Justiça comum.

Quanto a juízes e membros do Ministério Público:

- Dá estabilidade, mas acaba com a vitaliciedade;

- Estabelece idade mínima 30 anos para ingresso e 5 anos de experiência jurídica comprovada;

- Retira a OAB do processo, com ingresso apenas por concurso;

- Extingue o quinto constitucional, regra que indica para compor os tribunais membros do Ministério Público e advogados indicados pela OAB (PARABÉNS - destaque do blogueiro);

- Mandato de 10 anos para ministros, apenas juízes de carreira, escolhidos por lista tríplice e sem recondução;

- Mandato de 5 anos para ministros do STJ, sem recondução e com idade mínima de 45 anos;

- Abre a possibilidade de eleição de retenção por referendo popular, tanto para magistrados como para membros do MP.

Tribunal Superior Eleitoral e Autoridade Nacional Eleitoral:

O TSE se converte apenas em corte jurisdicional e a execução das eleições passa para a Autoridade Nacional Eleitoral, uma espécie de autarquia.

Como pulicado no artigo "Reforma Escravocrata?", todos aqueles que ousam apoiar essa proposta de emenda à Constituição são acusados de serem escravistas por pessoas que sequer leram o teor do projeto. A PEC incomoda, mas ninguém quer debater se as mudanças são boas ou não. O método que utilizam para se defenderem é o uso da maneira baixa e vil, conforme um grupo de extrema esquerda, que por si só denuncia a necessidade de se modernizar o sistema judiciário.

Diante de tantos controles e prerrogativas que conquistaram para exercer o poder, é compreensível que o STF, a eminência parda nos bastidores do sistema, pressione veículos de mídia, deputados e população a abrirem mão do direito legítimo à Justiça, para preservar seu poder absoluto.

No balanço de não haver propostas modernizantes além desta, enfraquecemos o nosso Estado de Direito e reforçamos um Estado do arbítrio.

Se você concorda com esse ponto de vista e se é a favor de continuarmos com a proposta, compartilhe para que outros tenham conhecimento da importância do tema."

LAZER DE IGNORANTES - CUIDAR DA VIDA DOS OUTROS



Já a uns bons quatro anos tenho me deparado com comportamento social de uma inutilidade lapidar - cuidar da vida dos outros!

Me refiro à divulgação por portais de mídia (principalmente via internet, mas também ocorrentes em revistas e jornais impressos) de "gossip" - nossa popular fofoca.

Isso não é novidade, na sociedade humana - quem não gosta de compartilhar as "últimas"? E, contrariando o entendimento popular, de que mulher é que gosta disso, preciso pontuar que os homens também participam desse "esporte" - e como participam! Ativamente!

Acontece que a coisa tem assumido dimensões absurdas, a ponto de jornais sérios, em suas páginas de chamada virtual (principalmente via internet) apresentarem ao menos 50% de conteúdos de fofoca, e com pessoas comentando animadamente!!! 

(Queria tanto que os brasileiros se importassem com os políticos que elegem, na mesma proporção...)

As novas gerações se desenvolvem sobre esse "terreno movediço", insensível e cruel, que eleva próceres num átimo, e os abate no momento seguinte... estão viciando nossos adolescentes e crianças no "esporte" vil de cuidar da vida dos outros.

Porque vejam... "fulano é clicado beijando sicrana". E DAÍ? O que um beijo oportunista (ou meramente para a foto) de um figurão numa ilustre "maria gasolina" acrescenta à vida de cada um?

"Beltrano está namorando fulana"... Ora, ora, ora, meus irmãos... o significado do verbo "namorar" - todos já sabem - é completamente diverso do que se faz no âmbito familiar - hoje em dia a palavra mais adequada seria "concubinato" para rotular a maioria dos "namoros" que a sociedade incensa.

Mais uma - uma pessoa, um dia desses, adepta de "relacionamento aberto" (não consigo desvincular essa expressão de prostituição, pura e simples) comentando sobre o fim de seu "casamento" de dez anos, revelara que DURANTE O CASAMENTO mantivera também outros CINCO relacionamentos afetivos, e acrescentou que esses "relacionamentos" foram intensos e prazerosos (minhas palavras, para interpretar as revelações da moça). Vão querer me jogar pedras, mas comportamentos como esse não passam de ADULTÉRIO. Não é porque Alvin Toffler prognosticara algo como esse comportamento, que a sociedade precisa ser demolida desse modo! 

Nossos adolescentes e jovens adultos então vão compreendendo que algo assim é perfeitamente normal. 

E APRENDEM. 

O que não aprendem é quanto aos consectários desses comportamentos - sejam meramente para aparecer em colunas sociais, sejam "aulas práticas" de devassidão - personalidades quebradas com relacionamentos tão intensos e luxuriosos quanto passageiros, filhos não planejados/desejados, famílias corroídas por muitos fatores... Não por acaso suicídio é a quarta causa de mortes, atualmente, no Brasil. E os psicólogos e psiquiatras estão com agendas repletas. Ah, sim, há também incremento de crianças criadas por avós, ou criadas em instituições de acolhimento...

Claro, muitas pessoas têm já "tomado a pílula vermelha"  (parodiando um filme famoso) e descoberto que o mundo da NOTÍCIA INÚTIL e da FOFOCA é algo sem sentido, para seguirem suas vidas. Amadurecer é preciso, fofoca e cuidar da vida dos outros NÃO AMADURECE


quinta-feira, 25 de maio de 2023

DEMOCRACIA SEQUESTRADA - OS BRASILEIROS FORAM E ESTÃO SENDO ENGANADOS!

Publico aqui narrativa de uma pessoa que teve sua liberdade sequestrada, ao alvedrio de quem não respeita leis, mas se diz defensor delas...

Desde já declaro que se estiver incorrendo em alguma quebra de direitos autorais, terei a máxima disposição em excluir essa postagem. 

“MINHA VIDA FOI ROUBADA”

 Por Ana Maria Cemin – Jornalista

 Fiquei 52 dias presa em Brasília por manifestar o meu patriotismo. Agora estou com tornozeleira. Meu nome é Thereza Helena Oliveira Souza Sena e moro na Suíça, em Zurique, há 10 anos, onde sou capelã e pastora da igreja evangélica Nova Aliança. Tenho um filho de 17 anos e marido que não vejo desde o ano passado. Eles ficaram na Suíça e eu não posso voltar para lá até que o Superior Tribunal Federal autorize.

Tenho 51 anos e há 25 moro no exterior. Antes de ir para Suíça, morei em Portugal. Desde o dia 9 de janeiro sinto que a minha vida foi roubada: primeiro fomos levados para o Ginásio de Esportes, depois para o Presídio Colmeia. Desde que sai em liberdade provisória, concedida pelo ministro ***, estou em minha cidade natal, na casa de uma amiga, com tornozeleira eletrônica.

Não saio de casa depois das 18 horas e fico 24 horas dentro de casa nos finais de semana e feriados. Nem ao menos estive na Praça dos Três Poderes. Fiquei no QG de Brasília o tempo todo no dia 8 de janeiro, porque tenho esclerose múltipla, fibromialgia e utilizo equipamento para respirar.

Eu estou no Brasil para resolver alguns assuntos da minha filha, que se arrastaram ao longo do segundo trimestre de 2022. Na minha estada, vi um vídeo com um senhor daqui da minha cidade natal, Teófilo Otoni, MG. Ele estava na chuva, aos prantos, pedindo para o Brasil não se tornar comunista. Ver aquele senhorzinho me tocou tanto que comecei a ir para o acampamento da minha cidade. Passei quase dois meses indo ao TG e recebi convite para ir a Brasília, para uma manifestação no dia 9 de janeiro, uma segunda-feira. Me diziam que precisavam de uma pastora, alguém da parte espiritual e eu fui. O acampamento de Teófilo estava acabando e eu tinha um desejo particular de conhecer a Igreja das Nações, que fica em nossa capital federal. Pensei em aproveitar o movimento que só aconteceria na segunda-feira e, sendo possível, iria ainda no domingo visitar a igreja.

TUDO ACONTECEU MUITO RÁPIDO E SEM SENTIDO

Nós chegamos de ônibus em Brasília no sábado à noite, dia 7 de janeiro, quando a armadilha já estava sendo montada e nós não percebemos. Nós caímos feito patinhos. No sábado, não fomos para a porta do quartel com ônibus, pois a orientação era para ficarmos na Granja do Torto e só na manhã de domingo ir para o QG. Nos disseram que teria uma reunião na madrugada, quando seria definido como seria a marcha para a Praça dos Três Poderes e, só depois, iriam nos explicar como seria.

Ficamos meio incomodados com isso, até porque no nosso meio existiam militares da reserva, e um deles inclusive atuou no passado na guarda nacional de Lula. Ou seja, tinha uma visão de estratégia e ele falou que aquilo não estava cheirando bem. De qualquer forma, estávamos em Brasília e, de sábado para domingo, dormimos no ônibus.

No domingo de manhã, fomos ao QG e lá procuramos uma tenda e ficamos dentro de uma do estado do Pará. Devia ser em torno das 10 horas da manhã quando conseguimos nos ajeitar e já tinha um bom movimento de pessoas, com cozinheira providenciando alimentação, gente conhecida. Não demorou muito e o nosso motorista nos ligou comunicando que a Polícia Federal prendera todos os ônibus. Nos disse para darmos um jeito de buscar as coisas que estavam dentro do ônibus.

Na mesma hora, começou a chegar muita gente chamando para descer para a Praça dos Três Poderes, antecipando o ato de segunda-feira.  Eu falei que não estava certo, até porque muita gente ainda estava na estrada. De Teófilo Otoni, por exemplo, tinha ônibus que rodaria a noite inteira para chegar na manhã de segunda-feira.

“Vamos, vamos, vamos!” e o pessoal foi. Eu fiquei porque não tinha como chegar de carro e eram 8 km de caminhada. Como tenho muitas comorbidades, era impossível fazer esse percurso a pé. Além disso, as pessoas estavam saindo do QG com a intenção de passar a noite lá na praça, orando, no meio do nada, e eu não teria estrutura física para suportar.

INVADIU! INVADIU!

Por volta das 13h30, ali no QG ouvimos “Invadiu, invadiu!”. Curiosos, abrimos as nossas redes sociais e, para o nosso espanto, começaram a aparecer uma sucessão de postagens de gente dentro dos prédios. Isso causou grande estranheza, porque não é tão fácil assim invadir prédios públicos, ainda mais que estávamos rodeados pelo exército e o pessoal desceu escoltado.

Não demorou e percebemos o movimento do Exército se intensificar e cercar todo o QG. Havia drone sobre o acampamento, o que aumentava a sensação de que tinha algo errado acontecendo. A tarde passou e as pessoas começaram a retornar ao QG, algumas feridas, outras não. As pessoas diziam: “Vamos embora, vamos embora!”, e a gente sem entender nada. Eu creio que era mais ou menos 19 horas quando o Exército colocou um tanque de guerra na rua e o helicóptero começou a sobrevoar nos arredores do QG, piorando a cada minuto a confusão entre nós. Nada daquilo estava previsto. O barulho era intenso.

Domingo à noite foi terrível para quem estava no acampamento. A gente não sabia se saia ou não. Tinha gente que falava que quem tinha saído foi preso no hotel, em Uber, na rodoviária, em Goiás, que faz divisa. E de fato muita coisa aconteceu, uma variedade de situações, pelos relatos que ouvimos depois. Nós permanecemos e o QG amanheceu em alvoroço, com diversos ônibus, diferentes dos nossos, estacionados junto ao QG e continuávamos a não entender o que se passava.

COMO FOI QUE VIREI NEGOCIADORA?

Esse foi o momento em que me aproximei da multidão e vi aquele quadro horroroso de desespero coletivo. Senti que precisava negociar com o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e com a Polícia Federal, e tentar fazer alguma coisa em especial pelos idosos e crianças que estavam no QG. Me ofereci, por ser mulher, uma pessoa de Deus, e fui com dois advogados e um outro senhor para o outro lado da rua onde estavam todos alinhados. Fomos porque não existia uma liderança ali, por ser um movimento orgânico. Antes de negociarmos, eles falavam com megafone conosco, dizendo que tínhamos apenas uma hora para esvaziar o acampamento e sair da área militar.  

Com a negociação, numa conversa amigável, queríamos ganhar tempo porque uma hora era pouco. Tinha gente com muita coisa no QG, inclusive comerciantes estavam ali a trabalho com seus equipamentos, outros tinham os seus automóveis, sem contar os cadeirantes, idosos e crianças. Tentamos ganhar um pouco de tempo e na negociação explicamos que pelo menos as mulheres com filhos e idosos poderiam ser liberados da triagem. Que deixassem as pessoas saírem em seus carros. Foram tentativas de sensibilização que fiz por ser mulher, pastora e capelã.

Não houve maneira de a gente sensibilizar. Subimos ao palco e comunicamos a orientação de entrar nos ônibus, priorizando os mais frágeis. A oficial Carla estava ao nosso lado e filmou tudo que falamos. O vídeo que roda na Internet foi editado. Não tem todo o conteúdo da explicação que demos ao público sobre o recado do BOPE e da PF.

QUEM É A MULHER DO CAMINHÃO DE SOM?

O que disse no palco foi o que nos disseram: o presidente Lula decretou a evacuação da área militar e vocês terão que sair nesses ônibus, para depois serem liberados e terão que procurar outro meio de transporte para voltar para as suas casas. Falava para todos, mas isso também valia para mim. Eles nos enganaram. Eles mentiram. Hoje eu estou diferente, cortei os cabelos. As pessoas me perguntam por que usava casaco de inverno no dia 9 de janeiro, em cima do caminhão do som. O fato é que sinto muita dor e aquele dia estava frio em Brasília.

Falei também, ao microfone, que era para evitar confusão, desordens e que se alguém começasse a fazer alguma coisa que se afastassem. Nós queríamos a liberdade e não confusão. Quanto mais organizados fôssemos ao entrar nos ônibus e passar pela triagem, mais rápido seríamos liberados. Sei de gente que resistiu e ficou no QG e foi transportado em camburão. Estávamos sem escolha e com uma falsa promessa.

DOENÇA GRAVE e 52 DIAS DE CÁRCERE

Meus laudos médicos de Zurique tiveram que ser traduzidos do alemão para o português rapidamente, até porque dependo de aparelho de oxigênio. Porém, o fato de ter inúmeras comorbidades não facilitou em nada a minha vida nos 52 dias que fiquei presa. Meus medicamentos nunca chegaram à cela e as dores que senti foram enormes. Pelo menos o meu aparelho de oxigênio foi entregue. Lá no presídio tinha pouco ar. Estávamos em 120 mulheres numa ala com apenas um chuveiro frio, duas privadas e um tanque. Eu ficava muito nervosa pela falta de condições do local e a minha pressão disparou para 22. Lembro de uma colega de cela que passou mal e foi socorrida com a minha máquina de oxigênio. Poderia ter morrido. Chegamos a fazer uma carta relatando a falta de atendimento à saúde dentro do Colmeia.

TORNOZELEIRA E UMA VIDA ROUBADA​

Sai depois de 52 dias presa em Brasília, voltei para minha cidade natal e todos os dias eu tenho que estar em casa até às 18 horas. Nos finais de semana e feriados não posso sair. Isso para quem é pastora é complicado porque os cultos em geral ocorrem à noite e nos finais de semana. Desde que tudo isso aconteceu em Brasília não consegui pregar. Eu não posso sair para atender. Eu não posso sair para fazer nada. Eu tenho minha vida roubada.

Eu moro na Suíça e a minha vida é lá, onde está minha casa e meu filho de 17 anos, com autismo baixo, que precisa de mim. Meu esposo está cuidando dele, mas ele é a única fonte de renda para manter lá e aqui. Eu sinto saudade da minha atividade de pastora na igreja e da capelania. Sou psicóloga também, então faço um trabalho pastoral. Vim com minha filha para o Brasil no ano passado porque ela tem precatórios a receber. Isso demorou e a nossa intenção era retornar no início do ano, deixando procuração para a nossa advogada.

Estou triste por ver o curso que o Brasil está tomando e perceber que as pessoas são capazes de tudo e mais um pouco para manter o poder. Lá na Suíça, a gente nem vê a política acontecer. Os políticos andam de bicicleta e usam transporte público. Não existem regalias, essas “tretas” todas. É um país governado pela direita, onde tudo funciona. Você paga bem o imposto, mas tudo retorna para nós em serviços.

Quando vi o Bolsonaro resgatar a credibilidade do Brasil lá fora, que a nossa nação voltou a ser respeitada, eu tive coragem de dizer que eu era brasileira. Meu filho com 17 anos fala cinco idiomas, por que não podemos sonhar com isso para os nossos jovens aqui? Quando vi a luta por um Brasil diferente, pensei que talvez o meu filho um dia pudesse vir para cá. Com tudo isso acontecendo, não há a menor possibilidade..”

👆BRASILEIROS PRECISAM SABER DA VERDADE 😢😢


segunda-feira, 22 de maio de 2023

MAIS UM AVANÇO DA DITADURA

 A cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol foi mais um passo em direção ao projeto de poder da frente autoritária liderada pelo PT

J. R. GUZZO - 19 MAIO 2023

O que mais chama a atenção no governo Lula, até agora, não é propriamente a sua ruindade terminal. Nenhuma surpresa, aí, quando se leva em conta que sempre esteve disponível para qualquer brasileiro de bom senso o conhecimento de que ele iria fazer o pior governo da história do Brasil — pior que o dele mesmo, quando esteve lá durante oito anos, e pior talvez até que o governo da sua criatura Dilma Rousseff. 

Ele não está na Presidência da República, obviamente, porque a maioria do eleitorado descobriu suas virtudes ocultas, nem porque ficou encantada com a excelência dos seus projetos de governo, mas porque foi colocado lá pelo TSE — nas eleições mais obscuras que o Brasil já teve desde os tempos do “bico de pena”, quando a única coisa que realmente tinha importância era quem contava os votos.

O que não se mediu direito, na contratação dessa calamidade, foi a pressa de Lula e de quase todos os que tem à sua volta em destruir o Brasil como ele é hoje.

Eles estão convencidos de que, tendo chegado lá do jeito que chegaram, têm toda a possibilidade de não sair nunca mais — e para não sair nunca mais terão de mudar o regime. Tem de acabar esse que está aí, com regras básicas de democracia, um sistema econômico capitalista e mais um monte de outros estorvos. Em seu lugar, querem impor alguma coisa que ainda não sabem direito o que é, mas é muito parecida com isso aí que estão fazendo todos os dias — e com Lula na posição de presidente vitalício.

A esquerda, os intelectuais e o Brasil “que pensa” acham um absurdo quando ouvem isso — exagero, dizem, “bolsonarismo”, coisa de direita. Mas não é mais sobre Bolsonaro, e já faz tempo que não é. É sobre a criação de uma ditadura no Brasil, e os exemplos concretos estão aí todos os dias e na frente de todo o mundo.

O último, e um dos mais violentos até agora, foi a cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol, promotor-chave na Operação Lava Jato, pela polícia eleitoral de Lula e do PT.

É a prova mais recente de que eleições não são mais um problema para o projeto de ditadura; enquanto existir TSE, a “Justiça Eleitoral” vai funcionar como um serviço de atendimento aos extremistas de esquerda que mandam no governo. 

A oposição elegeu alguém que incomoda para o Congresso? E daí? o TSE cassa o seu mandato. É o pé de cabra mais utilizado pelas tiranias — a anulação da vontade do povo, expressa nas eleições. Não há, para eles, a possibilidade de perder; não há a hipótese de aceitarem que o cidadão tem o direto da escolha livre com o voto. A cassação de Dallagnol é isso.

O deputado não teve um julgamento, e o seu caso não teve um juiz. A sessão do TSE que cassou o seu mandato durou um minuto — um deboche intencional e vulgar, para mostrar que a ditadura em construção no Brasil não apenas anula qualquer eleição que quiser, mas também faz questão de humilhar quem é levado para a frente de seus pelotões de fuzilamento.

O que é isso — julgamento de um minuto? É justiça de Idi Amin. O juiz também não foi juiz. O autor da cassação é o mesmo que recebeu tapinhas no rosto de Lula, no festival de comemorações montado em Brasília para saudar os resultados do TSE para as eleições presidenciais de 2022.

É o mesmo, igualmente, que disse para o ministro Alexandre de Moraes, na diplomação de Lula como presidente: “Missão dada, missão cumprida”.

O resto da história é pior ainda. Num país em que o presidente da República tem a ficha mais suja de todos os que já passaram pelo cargo — ninguém, como ele, foi condenado pelos crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro —, Dallagnol foi cassado com base na “Lei da Ficha Limpa”. Pode? Mais: o deputado não foi condenado por crime nenhum. Sua ficha é limpa — mais limpa que a de pelo menos um terço dos deputados e senadores que estão hoje no Congresso Nacional e respondem a processos na Justiça. É tudo uma trapaça primitiva. Quem pediu a cassação não foi o Ministério Público, ou algo assim — foi o PT, por ordem de Lula, que prometeu em público que iria “se vingar” do juiz Sergio Moro e de “toda essa gente”, o que evidentemente inclui Dallagnol.

A desculpa para a cassação foi uma alegação falsa — a de que o deputado teria renunciado ao cargo de promotor para não responder a “procedimento administrativo disciplinar” no MP, conduta vetada pela lei eleitoral.

Não houve isso. Dallagnol não estava respondendo a nenhum “procedimento” quando registrou a sua candidatura. Mas o TSE achou que era “inevitável” que ele viesse a responder no futuro, e que ele agiu de maneira “capciosa” quando renunciou a seu cargo.

Ou seja: ele foi condenado antes de cometer a infração e antes de ser julgado pela Justiça, algo que vai contra todas as decisões anteriores que o próprio TSE já havia tomado.

É tão demente que o TRE do Paraná, a quem o caso foi inicialmente encaminhado, decidiu por unanimidade que a candidatura era 100 por cento legal. Mas o sistema Lula-PT não manda nos TREs dos Estados; levou sua exigência, então, ao TSE, onde o ministro da “missão cumprida” resolveu tudo — em um minuto.

É um escândalo grosseiro. O deputado federal mais votado do Paraná foi cassado por uma assinatura num pedaço de papel, em obediência a uma demanda do governo — um insulto não só aos eleitores do Paraná, mas a todo eleitor brasileiro que tem o direito constitucional de votar nos candidatos da sua escolha. 

Não foi punido por algo que tenha feito, mas por irregularidades que provavelmente “iriam acontecer” mais adiante — mais uma criação do processo de desmanche da democracia que está em execução no Brasil, como o “flagrante perpétuo”, os julgamentos por “lotes” de réus ou as multas de R$ 1 milhão por hora a quem desagrada ao governo Lula e aos seus sócios no alto Judiciário.

É assim, justamente, que querem matar o Estado de direito e as instituições — com escândalos que, em vez de serem combatidos, são objeto de discussões sobre “engenharia política”, aceitos como parte da “legalidade” imposta pelos STFs e TSEs e tratados como “defesa da democracia” pela maioria da mídia e do Brasil “civilizado”.

A edificação da ditadura no Brasil está acontecendo, passo a passo, por decisões como a cassação do deputado Dallagnol; é um regime que querem construir com decretos-leis, portarias e despachos do STF, TSE e repartições públicas do mesmo tipo.

A democracia, na concepção em vigor no governo, será desmontada com a destruição dos princípios básicos da economia, da sabotagem ao sistema de produção e da anulação do poder do Congresso.

É o que se vê pela supressão de leis que já foram legitimamente aprovadas, como a Lei das Estatais, ou a reforma do ensino, ou a projetada volta do imposto sindical — ou, então, pela imposição de leis que o Congresso não quer aprovar, como é o caso da censura nas redes sociais. É o que se está vendo pelas prisões políticas e pelos inquéritos ilegais que o STF conduz contra inimigos do governo — até agora, em quatro anos de ação e milhares de brasileiros perseguidos, nenhum militante de esquerda, nem um, foi incomodado pelas investigações. É o que se vê pela violação sistemática da lei por parte do alto Judiciário, e pelo rebaixamento do Ministério Público à condição de serviço de atendimento às ordens do governo.

A cassação do deputado Dallagnol é mais um prego no caixão. Para os que têm dúvidas sobre o enterro da democracia que está acontecendo à luz do dia, é instrutivo ouvir o ministro da Justiça, numa reunião com dirigentes das plataformas de comunicação social há cerca de um mês, dizendo que “esse tempo da liberdade de expressão como um valor absoluto, que era uma fraude, acabou, acabou, foi sepultado”. Podia ser uma palestra do chefe da KGB. Falando na “Polícia Federal que eu comando”, ameaçou as redes, disse que vão “arcar com as consequências” pela prática de crimes não especificados e informou que os estatutos internos das redes “não lhe interessam”, e não valem mais nada.

O ministro afirmou que o objetivo da censura às redes sociais é acabar com o “massacre em série de crianças nas nossas escolas” — isso quando a lei que quer aprovar à força na Câmara fala em punir a “desinformação”, as “fake news”, as conclusões “enganosas”, “distorcidas ou fora de contexto”, ou seja, todo um balaio que atinge diretamente a livre expressão do pensamento. Pouco depois, o ministro Alexandre de Moraes proibiu o aplicativo Telegram de publicar sua opinião sobre o projeto de censura em debate na Câmara — e obrigou que publicasse um texto do STF, dizendo o contrário do que dizia a postagem proibida. Que diabo isso tem a ver com massacre de crianças?

O PT e a esquerda brasileira estão convencidos, e dizem isso em público, de que terem aceitado sair do governo, em 2016, depois de terem entrado pela primeira vez no Palácio do Planalto, foi o maior erro de toda a sua história; não deveriam ter topado nunca, e não estão dispostos a topar agora, quando têm o STF, as Forças Armadas e a direção do Congresso a seu serviço. É o seu único objetivo visível. Quem acha que não é bem assim, ou que não é assim, pode responder a um teste fácil. Esqueça Lula, seu programa de turismo com a mulher através do mundo e a sua convicção de que, se na Venezuela o presidente pode ficar no cargo pelo resto da vida, por que não aqui? Há mais uma multidão que quer ficar lá para sempre. 

Alguém acha, por exemplo, que o ministro da Justiça e os defensores do comunismo que fazem parte da sua corte estão dispostos a aceitar, mansamente, uma derrota em eleições limpas e voltar à escassez da vida na oposição?

Para acreditar em jogo limpo é preciso acreditar que eles possam dizer algo assim: “Pôxa, que pena, perdemos a eleição… Chato, não? Vamos ter de começar tudo de novo”. Os proprietários do MST vão aceitar, de boa, a devolução das diretorias que ganharam no Incra, ou a ausência de seis ministros de Estado em suas “feiras”? E as viagens ao exterior? E o resto da manada que está ganhando mais de R$ 70 mil por mês em conselhos de estatais e desfrutando das demais maravilhas da máquina estatal?

Essa gente toda está disposta a ficar lá por toda a eternidade, como acontece nos regimes que lhe servem de modelo, e tem os meios materiais para isso — só precisa continuar a fazer o que está fazendo. O Brasil tem um deserto pela frente. No momento não há oásis à vista.” 

Revista Oeste

ESTUPIDEZ DE GENTE "CULTA"

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