Bom dia, pessoALL...
Registro aqui com muita satisfação um texto primoroso, que fora lavrado pelo Wagner Pedro Menezes, a respeito dos desafios que temos hoje em dia...
"Projetos frustrados...
Quem não os têm? Quem nunca deixou de lado um sonho, uma ideia, um projeto de vida meticulosamente trabalhado, imaginado, elaborado numa prancheta bem cuidada? Mas condições adversas, falta de tempo, de recursos ou mesmo incapacidades físicas ou circunstanciais, nos levaram a abandonar aquele projeto outrora ambicionado. Nossa mente constrói palácios voadores. A maioria de nossos projetos de vida se esvaem à menor brisa de adversidades. Somos assaz inconstantes em nossas realizações e metas. Então somos obrigados a ouvir: “Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar” (Lc 14, 30). Essa parábola nos serve a todos.
A inconstância humana é o tema aqui abordado. Se a
maioria das vezes não levamos a bom termo um propósito de vida é porque nossos
projetos estão além de nossas capacidades de realizações. Sonhamos alto.
Imaginamos sempre que vitórias e conquistas sejam o auge de uma realização
pessoal, mas rejeitamos o caminho estreito, as lutas e batalhas, suores e
sacrifícios para se chegar até o clímax desejado. Assim, muitos dos nossos
ideais ficam pelo caminho. Assim Cristo nos apresenta as condições para seu
discipulado, seu seguimento pelo caminho estreito da cruz e das renúncias
pessoais. “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser
meu discípulo” (Lc 14, 27). A linguagem figurada e extremamente dura desse
discurso nos impõe disciplina e objetividade. É isso o que nos falta em muitos
dos nossos projetos.
Vivemos um mundo de facilidades. Tudo hoje se nos é
apresentado de forma triturada, pré-cozida, temperada e quase pronta pelas
facilidades criativas dum mundo consumista. Assim pouco temos a fazer, além de
nossa contribuição circunstancial no processo lucrativo da sociedade, essa massa
de manobra voltada para os interesses dos poderes constituídos. Poderes como os
de uma Nação, independente hoje, escrava amanhã, ou vice-versa, que mantem sua
aparente soberania às custas da sanha política daqueles que a governam. Nossa
liberdade é transitória. Depende do ponto de vista daqueles que escrevem a
história. E história não se escreve só com papel e caneta, mas com a vida, com
suor e sangue... Do ponto de vista dos algozes de Cristo, por exemplo, sua
morte era a extinção de uma ameaça aos poderes da época. Do ponto de vista do
povo, princípio de vida nova, ressurreição! E custou-nos compreender isso tudo.
Então, viva nossa Independência! Não aquela que destruiu
laços familiares e nacionalistas apenas para estancar a sangria de nossas
riquezas territoriais. Viva nossa independência mais sagrada, que ainda nos
permite cultuar a fé num Cristo vivo, libertador, redentor. Aquele que nos
ensina a buscar, por primeiro, as coisas do Alto, que nos induz a um projeto de
vida de renúncias e sacrifícios em favor de um Mundo Novo, uma Nação Soberana,
livre das tretas e artimanhas dos demônios que hoje nos assaltam. Não defendo
aqui nenhum jogo político em curso, mas o seguimento puro e simples Daquele que
fez escola entre nós, que nos ensinou serem nossos projetos passíveis de
frustrações se não houver a purificação da cruz, a passagem estreita mas
vitoriosa pela morte dos interesses pessoais em função dos interesses
coletivos. As hipérboles usadas por Cristo realçam a necessidade de uma opção
mais radical, não pelos projetos factíveis e ilusórios de uma liberdade
terrena, mas também e principalmente pela fé e esperança que alimenta a vida do
nosso povo. Esta merece respeito. Por esta exigimos liberdade. Independência ou
a vida... pelo Deus que nos uniu como povo!
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