INIMIGOS? TEM CERTEZA, SR. MUNHOZ?

Palestrando aos prefeitos de seu partido recém-eleitos no estado, o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Sr. Barros Munhoz (PSDB), nos trouxe a pérola da sexta-feira.

Aludindo ao futuro que esperava os ilustres novos mandatários, ele os advertiu de que deveriam se preparar para enfrentar os "maiores inimigos na política".

Com essa rotulagem o digno representante do povo classificou o Ministério Público e o Poder Judiciário, de modo geral. Acrescentou, na oportunidade, que os tais "inimigos" nivelavam a política "por baixo".

Pura infelicidade, para não dizer algo relacionado à sua falta de sizo.

Coisa raríssima (não me vem à cabeça algo da espécie) se saber de um representante do MP guardando dinheiro na cueca. Tampouco soubera de algum deles que utilizara funcionários públicos para tarefas particulares. Não sei de promotores que tenham contas em paraísos "off-shore".

Quanto aos juízes, por infelicidade soube do Dr. Nicolau, de infausta lembrança. E aqui e acolá, alguma coisa estranha surge em relação a algum membro do Judiciário.

MAS... isso é lugar comum entre os políticos! Os crimes do colarinho branco pululam, e não os temos mais acossados por uma maldita impunidade que décadas atrás eles mesmo votaram, para se proteger, em seus atos espúrios.

Não, Sr. Munhoz. O ilustre representante do povo (alguns milhares o elegeram, veja só!) labora em erro.

Quem nivela a política por baixo SÃO OS POLÍTICOS. Quem corrompe e oferece corrupção mais cotidianamente do que os próprios criminosos (assim rotulados) são representantes da classe política, prezado Sr.

O Sr. mesmo, já se livrou da acusação de improbidade, de quando era prefeito, por sua vez?

Ah, senhores políticos, me poupem... façam piadas, escarneçam uns dos outros, mas deixem o Judiciário em paz. Eles têm muita coisa já para se preocupar (de que inclusive o Legislativo em geral tem culpa) do que em "nivelar a política por baixo." 


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