QUOTAS E OUTROS CRIMES

Feliz dia das crianças, antes de mais nada, petizes do meu Brasil varonil! As gerações que hão de sorrir para o mundo, muito depois da minha...

Mas hoje estou particularmente amargo, preciso pontuar...

Novamente vem à baila a polêmica atribuição de quotas para determinados grupos étnicos, no acesso ao ensino superior.

Senhoras e senhores, não consigo pensar em mecanismo mais discriminante e maculoso do que essa invenção de alguma cabeça doente, lá no Congresso Nacional.

Meus irmãos, quem quer que seja que assuma a condição, e adentre uma sala de aulas, ao informar as circunstâncias de sua presença alí, será automaticamente marcado como alguém que alcançara aquela posição não por mérito próprio, mas pelo beneplácito paternalista e doentio de nosso sistema socio-político.

Pergunto - que orgulho há nisso? galgar um patamar com uma "mãozinha" oficial?

A contrário senso, como  classificaríamos o sucesso lapidar do Ministro Joaquim Barbosa, que é de etnia negra? Um fato isolado, uma questão de sorte, o que?

Não, senhores. Melhor dizer que foi mérito próprio, força de vontade, empenho focado. Não tenho dúvidas em acreditar que o Exmo. Ministro queimara muitos finais de semana estudando, se preparando. Ele quis o resultado e foi atrás de seus sonhos.

Não tenho dúvidas de que - assim como os outros, que vëm de etnias diversas - os negros do Brasil estáo orgulhosos dele. Por quem é, pelo que faz, pelo caminho que trilhou até alí.

Agora... os sofredores, eventualmente despossuídos, que farão jus às cotas malfadadas, DO QUE TERÃO para se orgulhar?

Vejamos... vão se orgulhar de terem nascido e crescido num Estado paternalista, será?

Vão se orgulhar de - embora serem ligeiramente deficitários em alguma matéria - estarem insertos nos grupos de escol da nação?

Vão se orgulhar, será, se terem uma ajudinha oficial para conseguirem seus canudos, ajudinha essa que os não vai auxiliar numa seleção para posições de trabalho em uma empresa multi-nacional?

Pessoas, isso tudo é ridículo. Ouvi dizer recentemente que uma minoria de ascendência germânica teria postulado sistema de quotas que os privilegiasse para alguma coisa...

Cotas pra isso, cotas pra aquilo... nós brasileiros estamos fartos de esmolas! Que tal termos um Estado que se responsabiliza pelos seus cidadãos, e lhes concede condições minimamente estáveis de sobrevivência e desenvolvimento pessoal? Algo assim como o Canadá (ok, tem população pequena...), o Japão (AQUI temos muita gente...), a Noruega (ah, eles tëm outra cultura...)...

... de passagem... notaram como pipocam desculpas quando nos comparamos com outros Estados?

Existe uma outra bobagem absurda rolando por aí - "precisamos de uma solução modelada para a nação brasileira, para o perfil do brasileiro..." que tal, enquanto a tal solução não aparece, se nós copiarmos SIMPLESMENTE o que tem sido de sucesso nos países melhor posicionados na tabela?

Educação, por exemplo... os CIEPs (gov. estadual Brizolla) e CIACs (gov. Collor), duas soluções de ensino fundamental integrado fantásticas, estão simplesmente entregues às traças. Mas nos Estados Unidos funciona! Que diabos? Porque funcionaram por alguns anos, e logo em seguida vão sendo sucateadas?

Vale lembrar, de passagem, que gênios participaram do projeto dos CIEPs, por exemplo, o antropólogo Darcy Ribeiro, e o arquiteto de renome mundial Oscar Niemeyer. E se constituíram, no breve período em que estiveram em atividade, em fonte de renda direta e indireta para muitos milhares de brasileiros (seja nas escolas, propriamente ditas, seja nas indústrias de fabricação de estruturas específicas).

O que temos hoje? Uma classe de educadores literalmente na miséria, em todos os aspectos, as redes de escolas privadas arregimentando as melhores cabeças e enchendo salas com muitas dezenas de alunos, onde uns ensinam o que podem, e outros fingem que aprendem... Ah, isso me tira do sério!

Saudade de meu colégio de segundo grau (antigamente se chamava científico - ou normal, se o candidato resolvesse ser professor), Colégio Estadual Visconde de Cairú, onde aprendi os rudimentos do inglês, francês, tive noções de latim e grego, inseridas em língua portuguêsa, e aprendi a ler um atlas de geografia... onde aprendi trigonometria, química  orgânica... SAUDADE, HEIN?

É... não só pelos sistemas de cotas... mas o Estado brasileiro, na pessoa de seus lideres e condutores ME ENOJA. Mas eu te amo, Brasil, mesmo assim!

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